Pobre de mim, que turva anda minha razão,
Se com muito me entusiasmo, com outro tanto me aborreço...
Se num momento estou feliz, logo noutro me entristeço...
Se procuro a alforria, logo me acorrento à paixão...
Ando a sonhar acordada, tal o desvario…
(Planeio o viável mas cobiço o impossível)
Tentando descortinar o perceptível,
Procuro por um lago mas lanço-me ao rio!
Queria (se possível fosse) desta demência acordar,
Não desnortear a razão com estéreis utopias,
E deixar-me de incongruentes fantasias
Desta minha mente quero ceifar
Sortidos e antagónicos sentimentos,
Só me enredam e toldam os pensamentos!
Fátima Rodrigues


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