Ah que saudade, do tempo em que o meu coração só por te ver acelerava, meu olhar sorria e minha alma de uma luz radiante se enchia.
Saudade dos poemas bobos, das palavras de amor, daquela terna e doce fantasia que tão loucamente nos unia.
Hoje senti vontade de recordar, de embalar a alma ao som de uma melodia doce, pensar em ti… e penso, penso calmamente,com um afecto tão real, tão cristalino, como se ainda afagasse tua cabeça, quando deitada em meu colo. Agora, apenas a minha alma embala a tua…
Já me senti tão menina ao teu lado, tão frágil e tão forte, mas hoje olhando-me ao espelho, não sinto tristeza, apenas uma certa nostalgia,uma fragilidade diferente, ao aperceber-me que estou envelhecendo lenta e irreversivelmente, como uma velha foto, ténue imagem empalidecendo com o tempo.
Serei um dia apenas recordação, imagem irrecuperavelmente desaparecida, mas sei que saberás, sempre, que em algum lugar, em algum canto esquecido de todos, em alguma outra realidade, talvez em alguma outra vida, estarei insistentemente, ternamente pensando em ti.
Fátima Rodrigues
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